Guillaume Apollinaire (1880-1918)
Automne malade
Automne malade et adoré
Tu mourras quand l’ouragan soufflera dans les roseraies
Quand il aura neigé
Dans les vergers
Pauvre automneMeurs en blancheur et en richesseDe neige et de fruits mûrs
Au fond du ciel
Des épreviers planent
Sur les nixes nicettes au cheveux verts et naines
Qui n’ont jamais aimé
Aux lisières lointaines
Les cerfs ont bramé
Et que j’aime ô saison que j’aime tes rumeurs
Les fruits tombant sans qu’on les cueille
Le vent et la forêt qui pleurent
Toutes leurs larmes en automne feuile à feuille
Les feuilles
Qu’on foule
Un train
Qui roule
La vie
S’écoule
Outono mortiço
Outono mortiço e adorado
Morrerás quando o furacão soprar nos rosais
Quando nos vergéis
Tiver nevado
Morrerás quando o furacão soprar nos rosais
Quando nos vergéis
Tiver nevado
Pobre outono
Morres em brancura e em riqueza
De neve e de frutos maduros
No fundo do céu
Planam gaviões
Sobre os nixes ingénuos e anões de cabelos verdes
Que nunca amaram
Morres em brancura e em riqueza
De neve e de frutos maduros
No fundo do céu
Planam gaviões
Sobre os nixes ingénuos e anões de cabelos verdes
Que nunca amaram
Nas orlas de lá longe
Os veados bramiram
Os veados bramiram
Oh! estação não sabes quanto gosto dos teus rumores
Os frutos caindo sem serem apanhados
O vento e a floresta que choram folha a folha
Todas as suas lágrimas no outono
Os frutos caindo sem serem apanhados
O vento e a floresta que choram folha a folha
Todas as suas lágrimas no outono
As folhas
Que pisam
Um comboio
Que passa
A vida
Que se vai
Que pisam
Um comboio
Que passa
A vida
Que se vai
FONTE: Mais novembro que setembro. Edição bilíngue de poemas de Guillaume Apollinaire publicado por Relógio d’Água, Lisboa, 2001.
Comentários
Postar um comentário