Paul Verlaine
No
fundo da primeira prateleira, guardado como tesouro, Paul Verlaine on the road traduzido pelo hoje esquecido Guilherme de
Almeida.
A
voz dos botequins…
A voz dos botequins,
a lama das sarjetas,
Os plátanos largando
no ar as folhas pretas,
O ônibus, furacão de
ferragens e lodo,
Que entre as rodas se
empina e desengonça todo,
Lentamente, o olhar
verde e vermelho rodando,
Operários que vão
para o grêmio fumando
Cachimbo sob o olhar
de agentes de polícia,
Paredes e beirais
transpirando imundícia,
A enxurrada entupindo
o esgoto, o asfalto liso,
Eis meu caminho – mas
no fim há um paraíso.
Le
bruit des cabarets...
Le bruit des cabarets, la fange des trottoirs,
Les platanes déchus s’effeuillant dans l’air noir,
L’omnibus, ouragan de
ferraille et de boues,
Qui grince, mal assis
entre ses quatre roses,
Et roule ses yeux verts Et rouges lentement,
Les ouvriers allant au club, tout en fumant
Leur brûle-gueule au
nez des agents de police,
Toits qui dégouttent, murs suitants, pave qui glisse,
Bitume defonéc, ruisseaux comb lant l’égout,
Violà ma route – avec le paradis au bout.
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