Tishani Doshi
Tishani Doshi é escritora e dançarina de origem galesa-gujarense. Nasceu em Madras, na Índia, em 1975.
Não sei quem é o autor da tradução.
Poema de amor
Ultimamente, nos perdemos um ao outro
por alguma coisa. Talvez esperando uma grande
ocasião- a morte ou o um desastre:
Mas, pode ser que nada no caminho ocorra.
E uma manhã, depois de fazer amor,
ou comprar cigarros, e nunca mais voltar,
ou se enamorar de outro homem.
Pode ser um lento deslizar até a indiferença.
De qualquer modo, teremos que aprender
a suportar o peso da eventual
perda um do outro por alguma coisa.
Por que não começar agora que tua cabeça repousa
como uma perfeita lua sobre meu regaço
e os cachorros uivam na praia.
Por que não ir direto nos unir,
nesta noite no Sul da Índia,
e chorar, só um pouco,
pela queda do que poderia começar?
Depois, quando nos cruzarmos
na rua, e formos obrigados a desviar o olhar para diante,
quando tenhamos deixado os momentos esquecidos de nossa união
nas estantes do quarto e o aroma
de nossos corpos estiver desaparecendo como o lento
esmagamento dos lírios - como chamaremos a isto
quando já não for amor?
* * *
Love poem
Ultimately, we will
lose each other
to something. I would
hope for grand
circumstance —
death or disaster:
But it might not be
that way at all.
It might be that you
walk out
one morning after
making love
to buy cigarettes,
and never return,
or I fall in love
with another man.
It might be a slow
drift into indifference.
Either way, we’ll
have to learn
to bear the weight of
the eventuality
that we will lose
each other to something.
So why not begin now,
while your head
rests like a perfect
moon in my lap,
and the dogs on the
beach are howling?
Why not reach for the
seam in this South Indian
night and tear it,
just a little, so the falling
can begin? Because
later, when we cross
each other on the
streets, and are forced
to look away, when
we’ve thrown
the disregarded
pieces of our togetherness
into bedroom drawers
and the smell
of our bodies is
disappearing like the sweet
decay of lilies
— what will we call it,
when it’s no longer
love?
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