José Antônio Cavalcanti
Ela segurava
em pose sibilina e solene
(como uma gravura
capta
em placa de madeira, metal ou pedra
o gesto que escapa)
a xícara de chá
- serigrafia viperina do momento
em que o pulso se paralisa
tocado pela graça da anima feminina.
A fumaça exalava
o meu corpo convertido em fantasma
por ruína, pânico ou arrefecimento.
Ao vê-la
eu era o vilão,
olhar caviloso
cruel
canalha
corpo de cão
cravando a carne
em grades.
Eis que algo escapa
a mínimo domínio:
misterioso mimo,
o dedo mindinho
se liberta da asa;
flutua no ar
a mulher agora anjo.
Leveza suprema
de mãos dickinsonianas,
quase morri de beleza.
eu tambem... tem algo de fino do clássico...lindo demais...bjuuu
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