Luiza Neto Jorge
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| Rony Bellinho |
Filmagem
Pulmão arpado no meu
oxigênio, parando
a meio do ar incendiado, incêndio no teu pelo.
no fundo bosque enterro os dedos
a meio do ar incendiado, incêndio no teu pelo.
no fundo bosque enterro os dedos
Desenrolo pelo teu
dorso um invólucro devastador
de lençóis abruptos e tu pesas
sobre o revolto sítio
onde aferida me sinto
ao teu pesar.
de lençóis abruptos e tu pesas
sobre o revolto sítio
onde aferida me sinto
ao teu pesar.
Que timbre haverá a
proteger cada sílaba
dentro da tua íntima palavra
dentro da tua íntima palavra
Que estrela abundante
encerra o perpétuo coração
de Nefertite
de Nefertite
E tu, lépido
corsário, e tu ainda, concentra-te
canta contra tua própria intrepidez.
canta contra tua própria intrepidez.
Põe tua mandíbula a
devorar-te, agora, nu.
Recorda à pressa o que mais sussurrar no teu passado
de rústico amador de fêmeas, aquilo que maior
cometimento foi entre coragens e cruezas do teu
corpo aquelas manadas que detiveste
com o sexo fervente erguido
a mim
Recorda à pressa o que mais sussurrar no teu passado
de rústico amador de fêmeas, aquilo que maior
cometimento foi entre coragens e cruezas do teu
corpo aquelas manadas que detiveste
com o sexo fervente erguido
a mim
As paisagens que
foste incendiando só para filmares
o novo astro a pôr-se
no meu púbis.
o novo astro a pôr-se
no meu púbis.
In Os Sítios Sitiados, 1973

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