Murilo Mendes
Homero
Homero rapta Helena
corporal, arma e desarma guerreiros, incendeia Troia;
Fatigado,
sangrando-lhe a armadura projetada pelo primeiro De Chirico, seguido por
algumas Metáforas fiéis.
Recolhe-se, com guerra dentro, a um castelo de textos órfão de Helena; serpente e sibila interrogam-no.
Desprovido de Helena corporal, perde a vista.
O poema entretanto continua a caminhar às apalpadelas de seu corpo macho, autopai sem os braços de Helena total.
Antiquíssimo, já nem se recorda das suas primeiras letras. E clássico, barroco, romântico, surrealista, atômico.
A aurora dedirrósea, Helena nº2, abole o seu inventor;
O crítico Poleimos contesta-lhe a téssera da identidade;
O vento analfabeto atira-lhe pedras.
Recolhe-se, com guerra dentro, a um castelo de textos órfão de Helena; serpente e sibila interrogam-no.
Desprovido de Helena corporal, perde a vista.
O poema entretanto continua a caminhar às apalpadelas de seu corpo macho, autopai sem os braços de Helena total.
Antiquíssimo, já nem se recorda das suas primeiras letras. E clássico, barroco, romântico, surrealista, atômico.
A aurora dedirrósea, Helena nº2, abole o seu inventor;
O crítico Poleimos contesta-lhe a téssera da identidade;
O vento analfabeto atira-lhe pedras.
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