Franz Kafka
O porteiro de Kafka
“Diante da lei está um porteiro. Um homem do campo dirige-se
a este porteiro e pede para entrar na lei. Mas o porteiro diz que agora não
pode permitir-lhe a entrada. O homem do campo reflete e depois pergunta se
então não pode entrar mais tarde. ‘É possível’, diz o porteiro, ‘mas agora
não.’ Uma vez que a porta da lei continua como sempre aberta, e o porteiro se
põe de lado, o homem se inclina para olhar o interior através da porta. Quando
nota isso, o porteiro ri e diz: ‘Se o atrai tanto, tente entrar apesar da minha
proibição. Mas veja bem: eu sou poderoso. E sou apenas o último dos porteiros.
De sala para sala, porém, existem porteiros cada um mais poderoso que o outro.
Nem mesmo eu posso suportar a visão do terceiro’.”
In KAFKA, Franz. O
processo. Tradução de Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras,
2005, p. 214.
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