Corsino Fortes
Poema de Corsino Fortes, poeta de Cabo Verde, morto em 2015, praticamente desconhecido no Brasil,
Proposição
Ano a ano
crânio a crânio
Rostos contornam
o olho da ilha
Com poços de pedra
Abertos
No olho da cabra
crânio a crânio
Rostos contornam
o olho da ilha
Com poços de pedra
Abertos
No olho da cabra
E membros de terra
explodem
na boca das ruas
Estátua de pão só
Estátuas de pão sol
explodem
na boca das ruas
Estátua de pão só
Estátuas de pão sol
Ano a ano
crânio a crânio
Tambores rompem
a promessa da terra
Com pedras
Devolvendo às bocas
As suas veias
De muitos remos
crânio a crânio
Tambores rompem
a promessa da terra
Com pedras
Devolvendo às bocas
As suas veias
De muitos remos
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