Paul Celan
Um dos meus livros prediletos é Cristal, de Paul Celan (1920-1970). edição bilíngue da Iluminuras, lançada em 1999, com seleção e tradução de Claudia Cavalcanti.
Foi lendo Celan que Adorno pôde rever a descrença na possibilidade de poesia após Auschwitz: “A dor perene tem tanto direito à expressão como o torturado ao grito: por isso pode ter sido errado afirmar que não se pode escrever mais nenhum poema após Auschwitz”.
Dele extraí este poema:
Ilegibilidade deste
mundo. Tudo em dobro.
Os fortes relógios
dão razão à hora cindida,
roucos.
Tu, presa nas tuas profundezas,
somes de ti
para sempre.
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