Luiza Neto Jorge



A magnólia

A exaltação do mínimo,
e o magnifico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem a forma
o meu resplendor.

Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria — na metáfora —
necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.

A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,

um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim.

Jorge, Luiza Neto, in A Rosa do Mundo – 2001 poemas para o futuro, 3.ª edição, Lisboa: Assírio & Alvim, 2001. 

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