Sulpícia
Poema de Sulpícia.
Viveu durante o reinado de Augusto. Foi a única voz feminina de Roma cujos
versos chegaram até nós.
Finalmente o amor
chegou e seja eu mais conhecida
por tê-lo encoberto
por pudor do que por tê-lo revelado a alguém.
Comovida por meus
versos Citeréia o trouxe
e o depositou em meu
regaço.
Vênus cumpriu suas
promessas. Se alguém, ao que se sabe,
não encontrou
alegrias, que fale das minhas.
Não gostaria de
confiar alguma coisa a tabuinhas seladas
para que ninguém a
lesse antes de meu amado;
Alegro-me de meu
erro; aborrece-me fingir por minha reputação.
Que se diga que eu
fui digna com um homem digno.
Tradução de Zélia de
Almeida Cardoso.
*
* *
Texto original
Tandem uenit amor,
qualem texisse pudori
quam nudasse alicui
sit mihi fama magis.
Exorata meis illum
Cytherea Camenis
adtulit in nostrum
deposuitque sinum.
Exsoluit promissa
Venus: mea gaudia narret,
dicetur siquis non
habuisse sua.
Non ego signatis
quicquam mandare tabellis,
ne legat id nemo quam
meus ante, uelim,
sed peccasse iuuat,
uultus conponere famae
taedet: cum digno
digna fuisse ferar.
Fonte: Poesia Lírica latina. organização de
Maria da Glória Novak e Maria Luíza Neri. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes,
1992
Comentários
Postar um comentário